Emoções

As emoções fazem parte de nós como uma perna ou um braço, ou qualquer outra parte ou órgão do corpo. E se uma dessas partes se perdesse, iríamos com toda a certeza ver a nossa qualidade de vida diminuída. Com o tempo habituar-nos-íamos, pois a natureza humana contém uma Força Maior que sempre aparece perante as situações mais adversas, ainda que leve mais ou menos tempo consoante as características da personalidade e individualidade de cada um.

No entanto, e mesmo com a habituação e aceitação da perda de um membro, sempre nos sentiríamos diferentes e fragilizados, tanto a nível físico como psicológico. Ainda mais o sentiríamos se essa perda foi visível. Se não fosse visível talvez não nos sentíssemos diferentes, sendo que, dependendo da gravidade da falta, a fragilidade física e psicológica existiria.

Com as emoções penso que se passará a mesma coisa, ou melhor assim deveria ser mas não é. De forma inconsciente as pessoas vão perdendo, escondendo, atrofiando e/ou matando as emoções, e acham que isso não as afecta, não as fragiliza, não as torna diferentes. Bem pelo contrário até acham que de alguma forma, se não totalmente, as torna mais preparadas e “rijas” para a vida.

E assim, dá-se início a um processo de frustrações, de isolamento, de insensibilidade para com o “outro”, de um processo de substituições recorrentes e por algo imediato, os prazeres mais diversos e fúteis, a fim de colmatar o vazio que foi criado pela emoção que não se viveu, ou que se deixou de viver.

Assim, se atalham percursos de, e na, vida que nos tornariam mais estruturados e evoluídos. Que permitiriam crescermos com a consciência dos erros e das soluções para que num futuro próximo estivéssemos conectados connosco, com as emoções e o que elas nos avisam.

As emoções que falo não são as de rir por uma anedota, ou chorar porque se perdeu o telemóvel. As de que falo são as que nos fazem sentir como se crianças fossemos, as emoções de quem chega ao Mundo sem formatações e livre de crenças. Sim, falo da verdadeira inocência, da verdadeira pureza dos sentimentos e das emoções, que as crianças possuem, e é isso que faz falta.

Aquele “estar de consciência elevada ao alto” que faz a criança dizer o que sente, perguntar quando realmente não sabe, dizer o que viu, que solta a sua criatividade interior sem medo de parecer ridícula, que solta a sua imaginação/intuição mais subtil que “a faz” falar com os seus amigos invisíveis, os que a criança realmente vê e sente.

 Não falo da inocência resultante da não noção dos perigos ou das regras necessárias de quem vive em sociedade, mas daquela que nos faz Alegrar pelo simples fato de Existirmos, de Sermos.

Cada vez mais criamos uma carapaça contra o Amor. Todos o desejamos mas não o deixamos aproximar intensamente.

Aliás, pergunto-me se hoje se saberá o que é realmente o Amor!

O Amor Pleno.

Saberemos!?

Numa altura em que cada vez há mais separações, mais guerras, mais violência, mais crimes.

Não, não sabemos o que é.

Nem o Amor incondicional, aquele sem nome nem rosto, aquele que nos transmite uma Imensa vontade de Amar a todos, sem olhar a quem.

Nem o Amor amoroso da relação com o outro, aquele em que um mais um não são dois mas UNO, onde olhar para o próprio o seu umbigo não existe.

Desconectamo-nos do Verdadeiro SER, do verdadeiro Sentir, porque nos desconectamos das EMOÇÕES.

Posso estar a parecer muito pessimista, mas não estou.

É a realidade, e por mais que nos custe foi à conta da tal Evolução que tanto reclamámos em termos de querermos pertencer à classe dos que aparentam ser bem sucedidos que aqui chegámos... ao vazio.

Se é errado ser bem sucedido?

 Não, claro que não. Ser bem sucedido é o objectivo mas quando isso resulta de um trabalho árduo interior, onde nos encontramos e nos sentimos plenos e felizes connosco, ainda que tenhamos os nossos problemas.

Isso é Ser bem sucedido.

Não podemos separar: mente, emoções, corpo, espírito, somos um todo. Temos que nos olhar holística e metafisicamente, então se o Interior estiver arrumado, desempoeirado, iluminado, com o Olhar dentro e em Cima, tudo à sua volta será bem sucedido.

Já ao contrário, é difícil. Interiores desarrumados, atravancados, escuros, sem luz, ainda que com sucesso exterior cimentado nos bens materiais, profissão ou numa relação não faz um ser humano bem sucedido, pois quando uma, ou mais, destas muletas faltar por uma qualquer vicissitude da Vida, por um qualquer teste do Universo vem o desequilíbrio ou a queda, dependendo das muletas que caíram.

E como sentimos que estamos no Caminho certo?

Ouvir as EMOÇÕES.

 

Se se sente feliz…. Então está tudo bem.

Se se sente triste… algo se passa. O quê? Não sabe? Tem que procurar, reflectir, mas já tem a pedra de toque: “Triste”: é um alerta para que se trate.

Se se sente ansioso…. Upsss!!! Alerta, quando se está ansioso é porque se receia algo. Se receia, está com medo…. Medo, upssss outro alerta. Mas pelo menos está a fazer o percurso indicado pelas emoções. Se tem medo, tem que ir bem dentro de si, encarar-se e perguntar-se do que tem medo. Do que é?

Não quer responder? Porquê? Porque se tem que procurar mais pode ter que tomar uma atitude. E tomar uma atitude requer trabalho, e não quer, aborrece e custa.

Ou então quer saber porque está com medo, continua a busca… encontra a razão, e por mais que lhe custe enfrentá-la (que é enfrentar-se a si próprio) toma uma atitude. Custou? Se calhar custou mas fez a mudança que era preciso (pequena ou grande não importa).

 

As Emoções são como um guião, e se estivermos atentos a Elas, elas guiam-nos e nos intuitivamente – a Intuição que também é uma emoção subtil – levam-nos pelo caminho correcto.

Quando tivermos que tomar uma atitude, adoptarmos um comportamento, vejamos como nos sentimos… MAS COM VERDADE (não vamos aligeirar ou desresponsabilizarmo-nos) e se nos sentimos Bem, então é porque tomámos o caminho correcto, pelo menos em consciência naquela altura foi o melhor que discernimos emocionalmente, assertivamente.

Mas se ficamos incomodados, tristes, frustrados, ansiosos… o que for, paremos e perguntemo-nos porque nos sentimos assim. Porquê? Pois é, vamos descobrir a razão e perceber que não foi o caminho correcto mas é sempre tempo de o corrigirmos, recuar, inverter o sentido. E mais vale fazê-lo mais cedo que muito mais tarde.

 

Afinal de contas no meio disto tudo, que é a Vida, a Nossa Vida?

Só há uma coisa de facto a considerar, independentemente de termos ou não Fé, de termos ou não religião, e é:

Sermos Felizes. E ser feliz é estarmos na Vida da maneira que escolhemos sem prejudicar ninguém e contribuindo para a melhoria de todos.

 

E seja qual for essa escolha, então o melhor é que até a hora que “fecharmos os olhos” nos sintamos Bem, em Paz, Serenos, sem vontade de guerras, vinganças e comprimidos e a melhor maneira é buscarmos o aferidor da felicidade…

As EMOÇÕES.

É uma questão de Paz Interior.

RS

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